Relação Entre Armas e Mulheres

Com o advento de novas políticas armamentistas do governo
atual, em 2019 a quantidade de crimes violentos letais intencionais (homicídio
doloso, latrocínio e lesão corporal seguida de morte – diminuiu expressivos
19%. Especialistas de segurança pública afirmam não entender o motivo dessas
diminuições, portanto eu, seu mero escritor, estou longe de afirmar que o único
motivo disso seria a flexibilização do acesso as armas de fogo no Brasil, mas
podemos concordar que existe uma relação de que vale a pena estudar e discutir
sobre.

Em contrapartida, a Central de Atendimento a Mulher
registrou um aumento de aproximadamente 9% nas denúncias de violência doméstica
e familiar entre 2018 e 2019. Seria então possível especular que o fato de os
registros de armas de fogo terem aumentado em 98% causou este aumentou nos
índices de violência contra a mulher?

Desde o estatuto do desarmamento – e o governo Bolsonaro não
mudou nada em relação à isso – é necessário que o pleiteante à adquirir uma
arma de fogo tenha como comprovar sua renda e, para essa finalidade, a Policia
Federal aceita apenas DECORE (apenas um contador pode fazer) ou carteira de
trabalho assinada.

Com essas barreiras para adquirir arma de fogo – além das
diversas taxas que vão entre 600 e 1.000 reais, variando de estado pra estado –
fica impossível que uma dona de casa, uma mulher desempregada tenha acesso à
uma arma de fogo para proteção de sua integridade física, saúde e propriedade.

Em 2019, 7 milhões de mulheres eram donas de casa, 6 milhões
de mulheres estavam desempregadas. São 13 milhões de mulheres, mais de 15% da
população total de mulheres adultas no Brasil que tem o direito de se defender
ceifado pelo estado.

Felipe Saldanha

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *